sexta-feira, 8 de junho de 2007

love story

para Mariana

Eu a vejo passando e se a alcanço não a seguro pelo braço nem a chamo antes que dobre a esquina. Você não vira a cabeça interessada nem diminui a marcha; não faz idéia do que eu sinto nem se preocupa em perguntar. Deita na minha cama porque tem sono e me abraça com força porque sente frio. Beijo sua boca porque assim você fica quieta e durmo contigo porque assim descanso um pouco a cabeça. Não me preocupo em saber seu sobrenome mas se mesmo assim você o diz: entra por um ouvido e sai pelo outro. Não posso fazê-la correr os mesmos riscos que eu por isto não abro o jogo. Você tem medo que eu a siga na rua por isto me pede um minuto de vantagem. Não consegue me incluir em seus planos por isto fuma um cigarro pensativa. Não quero saber do seu passado por isto não pergunto o significado do “f” na sua tatuagem.

Você me vê passando e se me alcança não sabe de onde me conhece nem pede desculpas quando descobre que não sou quem você imaginava que eu fosse. Não a acho nenhum pouco familiar e até desconfio das suas intenções; nem a convido para beber algo embora esteja me dando mole. Você não me sai da cabeça por pura curiosidade e se não consigo olha-la nos olhos é porque penso já ter sacado todo o truque. Você me convida para o seu apartamento porque quer que eu faça pequenos consertos. Você volta vestindo algo mais leve por causa da lua que está fazendo. Não sabe o quanto é bonita mas não sou eu quem vai dizer isto. Não pode me chamar de seu porque sabe que eu vou embora tão logo consiga o que desejo. Tenho medo que você conte a todo mundo o que sussurrei baixinho em seu ouvido. Não posso convida-la para sair porque não quero que ninguém a veja comigo por duas noites seguidas. Você rasga minha fotografia e me atira vasos de flores porque não consegue dizer que me ama...

... e assim vamos os dois passando pela vida um do outro, milhares de vezes, sem nenhum compromisso para mais tarde.