domingo, 18 de novembro de 2012

de volta ao que já sabemos


É simples porque já nos conhecemos, deu vontade de fazer e fizemos, os adultos agem assim – ou ao menos deveriam agir. Eu não me lembro de tudo o que vivemos, guardo somente o quanto me fez feliz, acho que você faz o mesmo, o modo como se rende é que me diz. Estamos de volta, portanto, ao que já sabemos – ao que já sabemos teve um fim, mas por algumas horas, nos esquecemos; podia ser sempre assim. Novidades todos temos, seu corpo já não é mais o mesmo: teve filhos – filhos que eu nunca quis. Também mudei, não só aparentemente, hoje penso diferente, penso n’o filho que não fiz – que como no poema de Drummond, hoje seria homem. Ele corre na brisa. Sem carne, sem nome*. Mas sinto que é tarde, para os muitos planos que a gente se fez, você me pergunta as horas, tem que ir embora antes das seis. Vai me ligar, vou atender, faremos isso uma outra vez, quem sabe volte a fazer sentido, quem sabe acabe daqui um mês. Foto dela: Nicole. *versos do poema ‘Ser’ de Carlos Drummond de Andrade.