“Coloque-me música” – foram exatamente estas as palavras dela. Adoro mulheres que existem como se estivessem num filme. A realidade só serve para pagarmos nossas contas. Eu já escrevi certa vez que “a literatura é o meu disfarce”. Tirando isto, não passo de um jornalista-coitado obrigado a escrever gentilezas.
A gente quer mais é escapar para um mundo preto e branco como minhas fotografias de você – e de preferência com uma boa trilha-sonora de fundo: algo dilacerante como chet baker já nas últimas. Então você me conta sobre o seu dia como se não houvesse nele trânsito, poluição, gente mal-educada e hora para tudo – mas somente o que você ouviu no rádio e pensou que dançávamos.
Gosto deste submundo onde a gente se permite tudo: brinca que é amor e abusa de nomes falsos. A cidade lá fora não nos pertence – nela estamos fingindo que é vida. A revolução é tramada aqui – você aprende a usar suas armas enquanto eu redijo manifestos. Você é uma agente secreta especializada em fazer amor e eu cada vez mais perito em decifrar seus códigos.
A gente quer mais é escapar para um mundo preto e branco como minhas fotografias de você – e de preferência com uma boa trilha-sonora de fundo: algo dilacerante como chet baker já nas últimas. Então você me conta sobre o seu dia como se não houvesse nele trânsito, poluição, gente mal-educada e hora para tudo – mas somente o que você ouviu no rádio e pensou que dançávamos.
Gosto deste submundo onde a gente se permite tudo: brinca que é amor e abusa de nomes falsos. A cidade lá fora não nos pertence – nela estamos fingindo que é vida. A revolução é tramada aqui – você aprende a usar suas armas enquanto eu redijo manifestos. Você é uma agente secreta especializada em fazer amor e eu cada vez mais perito em decifrar seus códigos.
foto: Ricardo Pereira/modelo: Cátia Elétrica