terça-feira, 3 de julho de 2007

louca como me prometeu

Será que você topa uma xícara de café ou quem sabe uma vida inteira de eu te amo, discos no seu aniversário e poemas nas suas chinelas quando levantar pela manhã? A gente bem podia morar na mesma rua, encontrar-se toda vez que fossemos comprar pão e engatarmos uma conversa apaixonada sobre o que estamos lendo e a solidão. É tão bom quando você vem e não tem hora para ir embora.

A cidade é violenta demais para idéias românticas como as nossas. Precisamos que façam silêncio, quero ouvir os seus pensamentos, os belos e os revoltados. Amar você porque seus cabelos são verdes e porque sua nudez me ensinou a escrever. Não quero outra vida que não uma que me faça carregar seus livros na volta do colégio. Bebemos e fazemos amigos mas não é a mesma coisa quando não é você no telefone.

Será que você é louca como me prometeu ou derrubar as prateleiras, as estantes, as estátuas, as vidraças, louças, livros é só um canção do caetano? Às vezes eu tenho a impressão de que esta não é você mas só uma fase. Daqui a pouco você aceita deus, o mundo e muda a cor do cabelo. Não seria a primeira que me faz uma coisa destas: chega um dia em que vocês cismam que a vida não pode ser só festa – então se casam, engordam, engasgam e morrem.