terça-feira, 7 de agosto de 2007

simples me faz sentir leve

Simples me faz sentir leve. Tenho minha forma de ver o mundo e ela tem a dela, às vezes o melhor que fazemos é mudar de assunto. Não preciso que ela vote no mesmo partido, apenas que dance comigo, depois conversaremos sobre vinhos, livros e beijos. Não vamos cutucar deuses, diz ela, entender tudo o que se passa faz com que as coisas percam sua graça, quantas cores existem no mundo que eu ainda não sei – quero inventar nomes para cada uma delas. Penso que o seu caíria como uma luva para um novo tom de lilás que imaginei.

Sou um homem cheio de lutas sendo travadas, venço algumas, perco outras, existem aquelas que serão para sempre como a miséria, o preconceito, a falta de educação das nossas elites, para ela eu só me preocupo demais, preciso arranjar o que fazer porque me sinto muito burguês para o meu marxismo, ela é cruel quando bagunça tudo ao meu redor, eu me sinto só sem certas fugas, fazemos parte do mundo e dele não escapamos. Ela me pediu um poema de amor que fosse só para ela. Eu tentei. Não agüento mais ser só uma perna, uma noite, um riso, quero algo profundo como você entrar em mim e nunca mais sair, sei do que ela está falando.

Não consigo sair de uma página e ela com a tarde livre, me liga e nos despimos de tudo, ficamos suaves como quando nos conhecemos e não sabíamos das armadilhas um do outro, ela quer saber sobre o que será meu novo post, digo que não sei, não estou pensando nisto agora, mas você estará nele – procuro a essência dos estados de felicidade, estes mais ingênuos como descalçar os sapatos e observar da janela do quarto o céu e as nuves tomando forma de “coisas” da nossa cabeça. Da vida não pretendo mais do que boas lembranças. Estou no meio de uma autobiografia de encontros furtivos: cabeças vão rolar.
Foto: Dana Dinha