para ela sabe quem
Pelo menos inventaram Deus quando não se tinha mais o que fazer. Já imaginou, meu amor, não ter para onde correr? Eu gosto Dele assim geladinho, é como se eu nascesse de novo. Depois do fim do mundo então... é perfeito. Nem me lembro mais nem quero lembrar nem sei do que eu estava falando. Não vou estar em todos os jornais por tão pouco, o que tem se gente rolou escada abaixo, se perdeu um dente da frente, se todos os vizinhos estão comentando, se eu não chegar aos vinte-e-sete. O que existe para viver depois dos vinte-e-sete que eu não posso ‘dizer que é uma grande bobagem’ agora?
Todo mundo se acha grande coisa, mas eu não ligo, meu amor, pro que vão pensar, tenho sentado e conversado, me comportado quando acho que devo, falado alto se pisam no meu calo, ninguém me ensinou de outro jeito, nem a consciência tem alugado minha orelha com aquele seu papo de velho, sou paciente até demais com os imbecis, este talvez seja o meu único defeito, de resto sou uma pessoa perfeitamente normal, mas não estou pedindo que comecem uma nova religião por minha causa, já tem umas trocentas vendendo seu peixe por aí não adiantado de nada, pra que mais uma para tirar dinheiro dos pobres coitados? – eu por mim me estrepava e ia dormir depois, na manhã seguinte era só escovar os dentes e pronto. Devia ter uma empresa que apagasse todos os vestígios da sua vida depois como naquele filme “Eles Matam e Nós Limpamos” que peguei madrugada dessas na sessão coruja. Eu seria cliente preferencial, ganharia até brinde no natal, aqueles chaveirinhos toscos que você perde no mesmo dia que lhe dão.
Durante um tempo vão falar de mim pelas costas, blá blá blá, como se eu não estivesse acostumado a ser pego para cristo e como ele ressuscitar depois de três dias, não tem um santo nesse prédio, meu amor, e todo mundo achando que o lugar deles no céu ´tá garantido. Vão nessa. Eu pelo menos não acho que homossexualismo é doença nem que preto não pode casar com a minha filha, não olho por cima de ninguém porque ‘estudei’ nem fico puxando o saco do rei, eu sento no chão mesmo, faço amigos e digo o que estou pensando, beijo e trago para a minha cama, rodo porque o mundo está rodando, quem quiser me julgar que pinte os cabelos de verde primeiro. Foto: Ricardo Pereira/ modelo: maria rita.
Pelo menos inventaram Deus quando não se tinha mais o que fazer. Já imaginou, meu amor, não ter para onde correr? Eu gosto Dele assim geladinho, é como se eu nascesse de novo. Depois do fim do mundo então... é perfeito. Nem me lembro mais nem quero lembrar nem sei do que eu estava falando. Não vou estar em todos os jornais por tão pouco, o que tem se gente rolou escada abaixo, se perdeu um dente da frente, se todos os vizinhos estão comentando, se eu não chegar aos vinte-e-sete. O que existe para viver depois dos vinte-e-sete que eu não posso ‘dizer que é uma grande bobagem’ agora?
Todo mundo se acha grande coisa, mas eu não ligo, meu amor, pro que vão pensar, tenho sentado e conversado, me comportado quando acho que devo, falado alto se pisam no meu calo, ninguém me ensinou de outro jeito, nem a consciência tem alugado minha orelha com aquele seu papo de velho, sou paciente até demais com os imbecis, este talvez seja o meu único defeito, de resto sou uma pessoa perfeitamente normal, mas não estou pedindo que comecem uma nova religião por minha causa, já tem umas trocentas vendendo seu peixe por aí não adiantado de nada, pra que mais uma para tirar dinheiro dos pobres coitados? – eu por mim me estrepava e ia dormir depois, na manhã seguinte era só escovar os dentes e pronto. Devia ter uma empresa que apagasse todos os vestígios da sua vida depois como naquele filme “Eles Matam e Nós Limpamos” que peguei madrugada dessas na sessão coruja. Eu seria cliente preferencial, ganharia até brinde no natal, aqueles chaveirinhos toscos que você perde no mesmo dia que lhe dão.
Durante um tempo vão falar de mim pelas costas, blá blá blá, como se eu não estivesse acostumado a ser pego para cristo e como ele ressuscitar depois de três dias, não tem um santo nesse prédio, meu amor, e todo mundo achando que o lugar deles no céu ´tá garantido. Vão nessa. Eu pelo menos não acho que homossexualismo é doença nem que preto não pode casar com a minha filha, não olho por cima de ninguém porque ‘estudei’ nem fico puxando o saco do rei, eu sento no chão mesmo, faço amigos e digo o que estou pensando, beijo e trago para a minha cama, rodo porque o mundo está rodando, quem quiser me julgar que pinte os cabelos de verde primeiro. Foto: Ricardo Pereira/ modelo: maria rita.