Você me faz um convite e eu aceito. Precisamos conversar, dançar, entender que não fomos feitos um para o outro – existem milhões de possibilidades e você e eu somos apenas mais uma que aconteceu porque chovia naquele dia e você entrou no primeiro café que encontrou pela frente e a gente se conheceu, só isto, o resto fui eu que criei, que inventei de colocar em forma de poesia. Quanto mais consciência tivermos do quão frágeis e acidentais são as paixões mais nos dedicaremos ao que já temos: não é no amanhã que precisa fazer sentido, na rua na frente dos seus amigos, mas aqui mas agora neste beijo neste quarto nesta noite em que tudo rima perfeitamente – do seu corpo ao meu poema.
Seremos felizes depois disso? De certo que seremos como fomos tantas vezes nas muitas voltas que o mundo dá: conhecer alguém perder alguém e continuar em alguém mesmo depois que a perdemos – é só o mundo girando e a gente tentando e nem sempre conseguindo impedir por isto escrevo, anoto num papel a sua presença – veio, esteve aqui, foi bom, seu nome que é lindo, o dia e a hora eternos. O que você teima em dizer que é “o fim” eu chamo caprichosamente de “trégua”: o amor as noites que você me deu não se devolve, não dá para juntar numa caixa com o seu nome à espera de que você venha apanhar, mas fica na gente como o único presente que realmente valeu. Nós sempre teremos Paris – por mais minúsculo que seja em nossa memória: não os detalhes mas a sensação.
Na sua vida-poema que lugar eu ocupo?, ela quis saber. Ora, você é toda a esperança. Ela achou a sua personagem linda e por pouco não deu de chorar. É, parece que tudo acaba, sentenciou. Puxei ela para mais perto, não só por causa do frio que fazia e conclui baixinho em seu ouvido que “acaba para recomeçar”. Acho que só fiz confundir um pouco mais a sua cabeça e o que ela sentia mas também não é fácil para mim. Imagem: Jim Carrey e Kate Winslet em cena do filme “Brilho eterno de uma mente sem lembranças”(2004, Michael Gondry).
Seremos felizes depois disso? De certo que seremos como fomos tantas vezes nas muitas voltas que o mundo dá: conhecer alguém perder alguém e continuar em alguém mesmo depois que a perdemos – é só o mundo girando e a gente tentando e nem sempre conseguindo impedir por isto escrevo, anoto num papel a sua presença – veio, esteve aqui, foi bom, seu nome que é lindo, o dia e a hora eternos. O que você teima em dizer que é “o fim” eu chamo caprichosamente de “trégua”: o amor as noites que você me deu não se devolve, não dá para juntar numa caixa com o seu nome à espera de que você venha apanhar, mas fica na gente como o único presente que realmente valeu. Nós sempre teremos Paris – por mais minúsculo que seja em nossa memória: não os detalhes mas a sensação.
Na sua vida-poema que lugar eu ocupo?, ela quis saber. Ora, você é toda a esperança. Ela achou a sua personagem linda e por pouco não deu de chorar. É, parece que tudo acaba, sentenciou. Puxei ela para mais perto, não só por causa do frio que fazia e conclui baixinho em seu ouvido que “acaba para recomeçar”. Acho que só fiz confundir um pouco mais a sua cabeça e o que ela sentia mas também não é fácil para mim. Imagem: Jim Carrey e Kate Winslet em cena do filme “Brilho eterno de uma mente sem lembranças”(2004, Michael Gondry).