Eu discordo, disse a ela, a vida não é como dizem tão curta que precisemos fazer tudo com pressa como se esta fosse a última noite e ainda que fosse: como saber? – e ainda que soubéssemos porque rasgaria sua roupa se posso tirá-las para você porque eu quero você como se ainda não a conhecesse, como se ainda me surpreendesse a tatuagem que estou cansado de ver, quero você como se da primeira vez se tratasse e não da última, e não do fim, apesar de que o fim é uma fantasma que sempre ronda, devo lembrá-la, mas eu posso deixar a luz acesa se isto fizer com que você se sinta melhor e o fantasma vai embora, ou então volta outra hora. Posso escrever sobre você para que suas amigas sintam inveja de como eu a adoro, de como eu rastejo e posso escrever sobre você apenas para que eu saiba, apenas para que eu ‘sorria’ da nossa história e posso escrever para que nem você saiba que é de você que eu falo e você pode ser todas, nenhuma em especial, e ainda assim ser especial sem que o saiba porque se torna.
Estou escrevendo um livro. Já tenho o título e uma idéia para a capa, só não sei como termina, não sei se quero terminar, escrevo sobre a vida, mas talvez a vida seja algo que possa não interessar, por isso esses pequenos fragmentos, essas idéias que dou para você pensar, só o gostinho de como será, se é que será, mas se é sobre a vida não importa o que virá, importa o que se vive, escrever apenas corrige a vida, escrever traz você para perto não importa onde está, acho até que pode me ouvir se eu sussurrar, porque eu conheço o que arrepia sua nuca e você sabe como isso a deixa maluca.
Mas e se você não for um segredo que eu quero guardar? Mas for um nome que eu quero dizer alto. Você me diz que tem uma vida em que eu não posso entrar, apesar de que nela eu já entro quando você se pega distraída com algo que a faz se lembrar e alguém precisa perguntar onde você está com a cabeça que parece tão fora do ar. Você sabe onde está, mas não diz, acha melhor disfarçar. Não é porque alguém chegou antes de mim que eu não posso fazer você se questionar se fez a escolha certa, querer saber onde eu estava há alguns anos atrás que não nos víamos nas mesmas festas. Sabe que a porta estar aberta hoje não significa que amanhã ela também vai estar. O fim é um fantasma que sempre ronda, não custa lembrar. Foto: Ricardo Pereira/modelo: Bruna S.
Estou escrevendo um livro. Já tenho o título e uma idéia para a capa, só não sei como termina, não sei se quero terminar, escrevo sobre a vida, mas talvez a vida seja algo que possa não interessar, por isso esses pequenos fragmentos, essas idéias que dou para você pensar, só o gostinho de como será, se é que será, mas se é sobre a vida não importa o que virá, importa o que se vive, escrever apenas corrige a vida, escrever traz você para perto não importa onde está, acho até que pode me ouvir se eu sussurrar, porque eu conheço o que arrepia sua nuca e você sabe como isso a deixa maluca.
Mas e se você não for um segredo que eu quero guardar? Mas for um nome que eu quero dizer alto. Você me diz que tem uma vida em que eu não posso entrar, apesar de que nela eu já entro quando você se pega distraída com algo que a faz se lembrar e alguém precisa perguntar onde você está com a cabeça que parece tão fora do ar. Você sabe onde está, mas não diz, acha melhor disfarçar. Não é porque alguém chegou antes de mim que eu não posso fazer você se questionar se fez a escolha certa, querer saber onde eu estava há alguns anos atrás que não nos víamos nas mesmas festas. Sabe que a porta estar aberta hoje não significa que amanhã ela também vai estar. O fim é um fantasma que sempre ronda, não custa lembrar. Foto: Ricardo Pereira/modelo: Bruna S.