terça-feira, 9 de outubro de 2007

o universo

Não tem ninguém além de mim. As festas acontecem, os erros e a crueldade: eu me sinto em outra. Entendo que eu não faça parte da sua turma: rimos de coisas diferentes – mas farei amigos com os poucos centavos que trago comigo – nunca precisei de mais do que isso. Sei o que é bom, o que fica e o que mexe com a gente: estes são os meus critérios de avaliação. Não, não estou lhe julgando, apenas dizendo por que “sim” e por que “não”.

Eu erro sendo um perfeccionista: exijo muito de quem só pensa em dar umas voltas por aí. Pergunto dos livros dos filmes das músicas. Eu não tenho culpa que sua vida seja vazia de sentido – eu descobri o que é felicidade e saiba que ela não é para principiantes: mas você tem estes olhos de quem já chorou muito e isto já é um bom começo. Se quiser que eu lhe explique eu lhe explico mas pode ser que eu destrua o seu mundo no meio do caminho.

Gosto quando chego e você já está aqui: abra a porta para que eu entre, me recebe com um beijo, mostra o que estava lendo e onde parou, ama ter milhões de perguntas para me fazer – como se eu soubesse tudo o que você não sabe. Creia – isto tudo que é tão bonito não está acontecendo com ninguém. A vida tem sido bem menos que isso e todo mundo acha que tudo bem. Mas eu não consigo pensar e viver como todos eles. Juro que até já tentei mas eu não consigo.
Foto: Ricardo Pereira/ modelo: Maíra.