terça-feira, 26 de maio de 2009

nome de flor

Agora você está aqui, mas daqui a pouco não estará mais. Nem para me dizer quando volta nem porque não pode ficar. Com o que será que sonha?, gostaria de conhecer esse lugar, mas fazer amor contigo, dividir por algumas noites a mesma cama, é o mais perto que me deixa chegar, conheço cada centímetro do seu corpo, cada centímetro e o que o arrepia, mas mais do que isso você não me deixa penetrar. Toca o telefone no meio da noite, era você a uma da manhã, queria me ver, nunca diz se é saudade, necessidade, uma música que acabou de ouvir. Digo que tudo bem, que pode vir. Eu passo aí – e desliga. Pode ser que você chegue aqui no próximo minuto, já esteja até subindo as escadas, mas também que demore, quando eu já tiver perdido as esperanças. Volto alguns passos na direção do quarto como que para me certificar de que não se acordou de um sonho – e lá está você: nua, entre os lençóis. Posso te proteger por algum tempo, mas nunca é o suficiente. Sei que quando eu voltar do trabalho, só encontrarei um bilhete, algo sobre a noite que tivemos, assinado seu nome de flor. Foto: Ricardo/ dela: Gabi L.