domingo, 17 de maio de 2009

depois de um ano

Aonde quer que eu vá, você também estará indo, na escada rolante, no elevador subindo. E até nos países que visito, reais ou imaginários, das páginas dos livros. Você desce comigo para jogar o lixo, caminha sob a luz da lua, debaixo de todos os vestidos é você a mulher que imagino nua. Seu nome nos poemas que escrevo como se não fossem para outra pessoa, seu gosto na minha escova de dentes, seu perfume no meu sabonete, deixa vestígios por onde passa que apenas eu entendo, que por menores que sejam acabarei vendo: do seu cigarro de cereja só a fumaça esvaecendo. Quando voltamos para casa sozinhos, abre uma garrafa do melhor vinho e ajuda-me a escolher os discos que ouvirei na madrugada. E até na cor dos olhos, no desenho dos lábios, nos cabelos pintados de loiro da nova namorada. Quando vem para a cama com a gente torna nossas noites ainda mais quentes. Eu não estou falando de algo distante, estou falando de algo presente que quem me toca sente, mal sabem elas que é seu cheiro em mim que me fez atraente. Foto: Ricardo/ dela: Gabi L.