“... porque todos vivemos a mesma vida só que de uma forma diferente...”
E de repente me lembro daquele dia, há muito tempo atrás, em que encontraria-me com ela só às nove da noite e em que ela me ligava de hora em hora – em ponto – até às oito da noite, apenas para dizer quanto tempo faltava até nos vermos: seis horas, cinco horas, quatro horas... Foi há tanto tempo, mas me peguei a pensar nesse dia, assim de repente como se precisasse escrever algo sobre ele urgente e estranhasse não o tê-lo feito ainda.
Surpreende-me que ainda lembre do vestido bege com pequenas flores vermelhas que ela usava nessa noite, do seu perfume fresco delicado jasmin, da pele morena mais morena que no dia anterior, do seu sorriso rasgado do outro lado da rua ao me ver se aproximar, do vermelho do semáforo que nunca que abria e da primeira coisa que ensaiava dizer-lhe e que acabou não saindo.
Essa recordação assalta-me os pensamentos e não percebo o porquê. Faz tanto tempo que não a vejo, que não a ouço, que nem sequer penso nela. Fomos ao cinema, rimos muito e andamos a pé pela cidade deserta, à procura de um último lugar aberto. Mas não me lembro do filme, nem das piadas que a fizeram rir e nem das ruas por onde passamos. Só do cheiro, da espera, das pequenas flores vermelhas. Foto: Ricardo Pereira/ modelo: Aretha.
E de repente me lembro daquele dia, há muito tempo atrás, em que encontraria-me com ela só às nove da noite e em que ela me ligava de hora em hora – em ponto – até às oito da noite, apenas para dizer quanto tempo faltava até nos vermos: seis horas, cinco horas, quatro horas... Foi há tanto tempo, mas me peguei a pensar nesse dia, assim de repente como se precisasse escrever algo sobre ele urgente e estranhasse não o tê-lo feito ainda.
Surpreende-me que ainda lembre do vestido bege com pequenas flores vermelhas que ela usava nessa noite, do seu perfume fresco delicado jasmin, da pele morena mais morena que no dia anterior, do seu sorriso rasgado do outro lado da rua ao me ver se aproximar, do vermelho do semáforo que nunca que abria e da primeira coisa que ensaiava dizer-lhe e que acabou não saindo.
Essa recordação assalta-me os pensamentos e não percebo o porquê. Faz tanto tempo que não a vejo, que não a ouço, que nem sequer penso nela. Fomos ao cinema, rimos muito e andamos a pé pela cidade deserta, à procura de um último lugar aberto. Mas não me lembro do filme, nem das piadas que a fizeram rir e nem das ruas por onde passamos. Só do cheiro, da espera, das pequenas flores vermelhas. Foto: Ricardo Pereira/ modelo: Aretha.