domingo, 26 de agosto de 2012

ainda que não mais nos vejamos


OK, mudo de “grande amor” como quem troca de camisa. É que eu quero mais do que o corpo pode, a alma precisa. A vida é muito curta, as possibilidades infinitas, não me interessa ser feliz e só de alguém, interessa-me a felicidade num vai e vem – num vai e vem como a brisa. Por isso essas minhas histórias mínimas, onde “ela” e “você” não se identificam bem, ainda que uma poesia aqui outra ali arrepie a pele de alguém – às vezes até imagino de quem, outras nem. Cada uma me deu algo para contar, não se desperdiça o que faz tão bem, minha poesia é cheia de parcerias, gostaria que soubessem o que minha literatura contém. Ontem a noite, ainda que não mais nos vejamos, ontem a noite me aquecerá por anos, ainda que não mais nos vejamos. Hoje de manhã, hoje depois que nos separamos, voltei para casa respirando os cheiros que exalamos, lembrança de que nos amamos, ainda que não mais nos vejamos. É dessa mistura que estou falando, de tudo o que compartilhamos, por isso essas minhas histórias mínimas, onde todas se vêem, lembrança de que nos amamos – há séculos, anos, ontem. Foto dela: Valeria Heine.