segunda-feira, 30 de agosto de 2010

esta noite e quantas mais tivermos

Por mim tudo bem, não diremos nada a ninguém, guardaremos só para nós, esta noite e quantas mais tivermos. Importa o que sentimos, não as explicações que dermos, a cumplicidade é um estágio difícil de atingir, a maioria nem chega perto. Contei quantas ‘pintinhas’ seu corpo têm, não tinha nada para fazer além de te achar linda, você dormia como se fosse minha refém, mas era assim que eu me sentia. Quis saber o que eu pensava de uma tatuagem, sonha fazer mas lhe falta coragem, desenhei como ela seria na sua pele com a ponta dos dedos, comecei em volta do umbigo, onde a terminei é segredo. Fiz um poema enquanto você se vestia, deixei embaixo do seu travesseiro, com aquelas palavras que segundo me dizia, arrepiam seu corpo por inteiro. Posso te ligar no meio do dia, apenas para ouvir a sua voz, quem sabe até te deixe vermelha, lembrando de quando estamos a sós. Sempre nos despedimos sem saber se vamos nos ver novamente, aquela bem pode ser a última vez entre a gente, por isso você parece me morder como se quisesse me prender entre os seus dentes. Foto dela: Ana Martins, ‘japonesa de pequim’.