Poderia ter o homem que quisesse e, ainda assim, escolheu-me, mesmo que seja por algumas noites é grande a responsabilidade. Se está fugindo de algo, sendo quem, de fato, é, entregando-se ao que tem vontade, não me foi dado o direito de descobrir, então, aceito o que me diz, aquilo que me der, o quanto precisar de mim, busco, dentro do possível, retribuir. Não sei se estou a altura, e é isto o que mais me tortura, porque entre ela chegar e partir, não há como não apaixonar-se – e, então, agarro-me ao que resta, a cama para arrumar depois da festa, como vestígios de que fui feliz. Abaixo os meus braços antes que os perceba estendidos em sua direção, quando levanta e começa a se vestir, querendo que ela fique mais do que o combinado, quando o combinado foi o que ela decidir. É apenas sexo, pelo menos deveria ser, “assim ninguém se machuca” eu mesmo dizia no começo, sem imaginar que isto cobraria um preço. No íntimo, sei que mereço, que reajo, assim, por egoísmo ou brio, já que nunca me entreguei a ninguém, só o suficiente para me proteger do frio; e que, portanto, teria contas a acertar com o meu passado, que ela representaria todas as mulheres a quem não teria se entregado, a vingança do seu sexo e o meu aprendizado. Foto dela: Laura.
domingo, 26 de junho de 2016
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