Sei partir, sei me retirar em silêncio, prefiro assim quando de tão claro não se precisa dizer mais nada. Ainda que um pouco de si sempre se deixe, olho em volta para ver se não esqueci algo, como foi bom por exemplo, mas ‘como foi bom’ foi a primeira coisa a ser guardada. Achei maduro da nossa parte nos despedirmos com um beijo, ainda que bem diferente daqueles que a gente se dava, “você me liga?” e “eu te ligo” foram as nossas últimas palavras, ditas assim enquanto a porta se fechava. Mas continuaremos amigos, amigos que não precisam esconder tudo o que sentiram, mas que, talvez, precisem esconder o que ainda sentem até não sentirem mais nada, mas quanto tempo leva isso? – pergunto na volta para casa. Estranho que de uma história tão leve como a nossa carregue uma mala tão pesada, disse a mim mesmo tantas vezes que não era importante para só me dar conta agora do quanto importava. É que algumas decisões já estavam tomadas, independente do que acontecesse entre a gente, mas isso não significa que não passarei a madrugada imaginando como seria se pensasse diferente. Foto dela: Ká.
domingo, 16 de março de 2014
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